Por: Roberto Pontual
1972
CORPO, COMEÇO, ANTIGA TERRA
Plano
como um percurso de planície:
o corpo está deitado,
fêmeo. Femea
é essa extensa calmaria ao ar
e chama dentro
(sono sobre flores,
aquática viagem esfera
entre o mundo
e a memória, nuvem
nave entre a face o muro
e o sonho).
Sinuoso olhar
que viesse aéreo foto
gravando
todo campo fluxo: perto
próximo cada fotograma
como se ardesse o
mergulho a pele o arrepio
o mergulho o avesso nesse
corpo e seu detalhe. Mar
e montanha, a mão
barco de onde arfagem por
espaço e estrela,
dia noite o instante
dia, fruto e represa: silêncio
nessa areia carne
e seus vermelhos
retomando a terra. O rumor
é dentro.