Anos 70 e 80
O início dos anos 70 teve a mulher como principal tema, em sua feminilidade e poesia focadas em lente grande angular, numa abordagem Kitsch (expressão estética sentimental e brega para o consumo de massa). Em paralelo, desenhos e aquarelas de nus e temas escatológicos. Depois, corpos e casais entre panos e lençóis ou paisagens terrestres, passando a ser o próprio corpo humano, ora como terra/ ilha, ora como um resíduo arqueológico. Assim, confrontava entre luzes e sombras, em “Lumbras” e depois passou a focar exclusivamente em mãos, pés, nádegas, umbigos ou bocas. Em 1975, vieram as esculturas lúdicas, eróticas e jocosas em bronze, fibra de vidro ou poliéster, que permitiam serem manipuladas pelo expectador. Ao final dos anos 70 e meados de 80, surgiram pinturas de conotação visceral, reflexão sobre a carne, membros e sangue: “Carnações”, “Carnações e cordas”, “Sangue entre os dedos”. Em 1985, “Esculturas de Ar”, feitas em bronze, fizeram uma delimitação no ar do espaço da escultura, conceituando um volume imaginado pelo observador. Já ao fim da década de 80, foi a vez das esculturas de contrapeso: partes de corpos instáveis e engraçadas, no princípio do João Bobo.